terça-feira, fevereiro 26, 2008

Suicídio Amoroso

No silêncio do vazio reina o desconhecido.

Após caminhar por anos no vale da tristeza, atravessando rios de lágrimas, sobrevivendo tempestades e se escondendo de raios e trovões, finalmente escalou a montanha mais alta, o ponto máximo mais perto do céu. Fechou os olhos e num suspirar profundo sem ver nem perguntar, jogou-se de lá de cima, num ato de liberdade, talvez até um pouco revoltado e desiludido. Suicidou-se.

Não havia mais razão para viver. A esperança já doente aos poucos perdeu a força e quando a escuridão se fez presente, assentou-se e aquietou-se. Ali ficou. Não havia mais razão para viver. Não conseguia ver o passado, nem sonhar com o fututo. O presente era nada. Nada. Nem medo, nem calor, nem dor. Nem desejo ou saudade.

Neste contexto meio que sonífero, surreal, multi-dimensional dos universos paralelos sentia-se como se nunca tivesse existido, não fora importante ou sequer útil. E se o que foi jamais será, sem discutir ou analisar, soltou-se.

Na perspectiva infinita da eternidade, sabe que não deixa de existir. Mas apenas resolveu não mais atuar. Não está adormecido, nem entorpecido, nem drogado, fascinado ou humilhado. Já simplesmente não é.

E assim foi, numa queda lenta, numa brandura escura, na calada da noite.

Pra sempre.

Ufa! Que Alívio...

2 comentários:

Rico Mader disse...

ufa!!!
sabe Linda...sou mesmo seu fã e espero que a árdua e necessária mágica do renascer a cada instante, ainda que de um suicídio, floresça e brilhe mais que o astro rei, senão de que adianta inspirar e expirar tudo e profundo...

Lidia disse...

Andrea voce tem um talento incrivel! Estou sempre me impressionando com as sua abilidade!!!