terça-feira, março 25, 2008

Essencial


Quero aplaudir, em pé, uma figura maravilhosa que pouco conheço mas que tem causado muita inspiração na minha vida: Suzana Simões. Quero transbordar minhas emoções e espalhar pelo mundo a fora este exemplo de mulher essencial. Ah! Como posso colocar em palavras o que senti ontem? Após admirável palestra com eloquentes colocações, expressiva perceptibilidade e muita clareza de espírito, segurei meu impulso de pular da cadeira e começar a aplaudir escandalosamente mais uma nobre alma que compreende, questiona, aceita e se entrega ao delicioso trabalho do auto-conhecimento. E vai ainda mais longe do que isso, se compromete a repartir e divulgar esta experiência.

“Viva! Viva!” Gritava minha voz interna, numa exaltação quase que infantil. Mas mantive a compostura me encaixando aos padrões sociais e as expectativas dos ali presentes. E acordei hoje divagando sobre esta minha compostura e o tema da palestra de ontem sobre a essência iluminada do ser humano e a culpa, ou as máscaras do ego, também denominado como falso-amor. O falso amor próprio.

Ah! O ego – a concepção que o indivíduo faz de si mesmo - ecoa e soa e se deslumbra num imenso blá nos territórios mais íntimos do nosso ser. Convida o superego a carregar a culpa, o medo, o sofrimento, criando uma falta de amor próprio e uma distorção da realidade em cada consciência moral que se nega a questionar.

Mas não vim narrar aqui o tema da palestra de ontem, e sim celebrar mais uma alma pensante e questionar o meu eguinho. Afinal, se acredito na possibilidade de expressão e aceitação da minha essência, um aplauso empolgante seria uma entrega total à aquilo que sou e sinto. E que mau causaria? Talvez outras pessoas também se levantassem e aplaudissem. Talvez eu fosse a única em pé no meio da sala fazendo muita algazarra. Que importa? Lá foi minha eguinha (feminino diminutivo de ego!) carregar o medo de ser ridícula e de causar incomodo nos outros.

Ou visto por um outro prisma, lá se foi um momento único de celebrar abertamente com o público este ser brilhante. Fora que a palestrante sentiria-se lisonjeada e alimentaria a eguinha dela! Há sensação mais deliciosa do que se sentir reconhecida e apreciada?

Hum... Acho sensacional as pessoas que não tem vergonha; esta pertubação moral produzida pelo receio do ridículo, da desonra. Bom, quem sabe também, esta é a minha essência, de uma pessoa um pouco envergonhada. E que assim seja então. Já me resolvi.

Não fiz escândalo ontem, mas faço aqui e agora, deixando marcado pra sempre nestas sinceras linhas minha apreciação por esta mulher, meu desejo de celebrar e minha vontade de agradecer ao universo por mais um encontro, mais um verso, mais uma doce melodia.

Obrigada, Suzana, por existir.


Nota da autora: Na minha busca pela definição da palavra ego, o dicionário de português de Portugual não a encontrou! Será que os portugueses não tem ego?

quinta-feira, março 20, 2008

A Life 4 Sale

Genial! O cara de 47 anos se divorciou, está de saco cheio da vida, com dor de corno e resolveu vender tudo: casa, carro, moto, amigos, trabalho, jetsky, móveis, cueca velha, cds, máquina fotográfica, prato, panela, tudo tudo, menos ele e o nome dele!

Apostas começando a $420,000 dólares Australianos no eBay, um outro maluco no mundo que estiver de saco cheio de tudo pode comprar a vida do fulano, Ian Usher, e viver feliz pra sempre.

Que conceito maravilhosamente original! Nada realístico ou prático, todavia original. Qual de nós já não chegou num ponto da vida que gostaria de ser outra pessoa, ter outra vida, viver em outro lugar, largar tudo e se esquecer?

O problema é que, se Ianzinho não sabe, a tristeza seguirá junto dentro dele, pra onde quer que ele vá. Na vida nova, em qualquer lugar do mundo. Pode até mudar de nome, pintar o cabelo, arranjar uma nova namorada e novos amigos. Lá dentro ela estará, lhe seguindo, lhe cutucando, lhe incomodando…

Mas, ora, ele parece ser um cara legal, ou ao menos singular. Assim que vender tudo, sai com a roupa do corpo e vai para o aeroporto pegar o primeiro avião pra qualquer lugar que seja, sem lenço e sem documento…

Lindo conceito romântico. Em busca da felicidade, no meio de uma “mid-life crisis”.

Boa sorte, Ian, e boa viagem. Espero que o primeiro avião não te leve para o Afeganistão!


Chequem a website dele. Muito bem feitinha e original.

http://www.alife4sale.com/


ps.: Será que ele financia?

terça-feira, março 11, 2008

Ferrou-se


Sou uma mulher completamente ingnorante no que se trata de política, mas vou tentar aqui elaborar sobre o acontecimento da semana.

O governador do estado de Nova Yorque, Eliot Spitzer, foi pego com as calças abaixadas. Numa auditoria do IRS (Internal Revenue Service), descobriram que gastou quase US$80,000 em serviços de escorte. Para os mais íntimos: prostituição.

Para mim, isso não causa escândalo, visto que outrora figuras públicas de alto calão já foram pegas em deslizes como este. Mas o interessante da estória foi que Spitzer, quando era promotor, sempre fez questão de relativamente acabar com a carreira e reputação de muita gente, chegando a ponto de humilhar em praça pública aqueles que haviam cometido algum tipo de crime, geralmente relacionados a sonegação e transações irregulares de investimentos na Wall Street. Grandes nomes, CEOs, políticos, etc e tal. Muitos da indústria de finanças o consideravam “Mr. Clean”, ou o xerife da Wall Street.

Agora, de um dia para o outro, em questão de horas, toda a sua carreira e reputação estão indo por água abaixo. Deve haver uma legião se esbaldando com este acontecimento, e se ele não tivesse sido tão falso moralista e hipócrita esta estória passaria em branco.

Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado…

Eu, na minha bondade cristã, me deleito(he, he)! Não desejo mal a ninguém e já me questionei muito a respeito de situações onde acreditei que se tivesse sido falsa, ou FDP, teria me safado de muito sofrimento.

No meio tempo, fico envergonhada pela esposa e os filhos dele e medito a respeito das máscaras humanas e de nossa fragilidade e imperfeições. Como sempre digo: se vai fazer algo errado, faça direito. Por que mentira tem perna curta. Um dia o bicho pega e dá uma grande rasteira quando você menos esperar.

Por isso acredito em viver honestamente. São momentos como este que me dão uma grande satisfação em ser uma mulher honesta, apesar do preço alto que muitas vezes tive que pagar.
Mais cedo ou mais tarde a justiça divina e/ ou terrestre se manisfestam, aí, meu amigo, te vira…

E desvira. Vai explicar que pato não é gaveta e urubu não dança...