sábado, outubro 13, 2007

Dave Brubeck Quartet in NYC




Ai, ai, ai!
Alguém se habilita?
BB King Blues Club
23 de Novembro de 2007
Estou aceitando convites!!

http://www.bbkingblues.com/schedule/moreinfo.cgi?id=4172

sexta-feira, outubro 12, 2007

Na Minha Casa Tem Muitas Pererecas





Meu, eu sô di Sum Paulo, entende? Eu nasci em Sampa e fui criada lá, entende? Onde os animais não sobrevivem a poluição atmosférica e sonora. Aliás, não sei como passarinho vive nesta cidade. As janelas paulistanas não precisam de telinha pra nos defender dos mosquitos, precisam apenas de um filtro especial pra nos proteger do barulho da cidade, da poluição e do cheiro. Assim era, foi e sempre será. Agora não tem mais jeito de reflorestar São Paulo. E se tiver jeito, qualquer verba que aparecer para o projeto vai sumir miraculosamente…

Mas isto tudo não vem ao caso. Só sei que hoje, na minha casa tem muitas pererecas. E lagartinhos verdes, pretos e brancos. Tem ratinhos, caramujos, minhocas fruta-cor e cobrinhas pretas de pescoço laranja. Um paraíso de répteis e anfíbios y otras cositas más no meu pequeníssimo quintal-varanda.

Eu amo a natureza, realmente me emociona um céu azul, uma montanha verde, andar no meio de um bosque, ver um campo verde, árvores e árvores, areia, mar e sol. A natureza é tão natural! Mas os bichinhos que vêm com ela, não sei, dão um nervoso, uma aflição! Não nasci para a bicharada. É lindo no “Animal Planet”, fico realmente tocada com a sabedoria animal, com a beleza e perspicácia toda da perfeição da natureza, mas prefiro ver na televisão, no aquário ou no zoológico. No “mon jardin” dá um enjôo tremendo!

Recentemente encontrei um cantinho coberto de folhas que resolvi limpar. Era um “ninho”de pererecas, daquelas bem pequenas mesmo, do tamanho da ponta do meu dedão. E sem saber ou esperar, um monte de coisinhas começou a pular e saltar para todos os lados. Não sei quem se assustou mais, eu ou elas. Argh! Ai! Que nervoso! Eu gritei e elas devem ter gritado lá em língua de perereca:

- Salvem-se quem puder, o bicho gente vem chegando!
- Pula, pula Percilina, segue a mamãe!
- Rápido Arquibaldo! Corre, quer dizer, salta, salta, ela vai te pegar!

Dei um pulo enorme para atrás e fiquei escondida pra ver o que iria acontecer… Os bichinhos são inteligentes. Sumiram em menos de 10 segundos, todos. Acho que só o pap’s Arquibaldo ficou para trás, para ter certeza que estavam todos são e salvos!

As formigas também são inteligentes. Tem umas minúsculas, tão pequenas que quando aparece apenas uma você nem a vê. E esta uma encontra lá algo interessante em cima da pia, e de alguma forma avisa a turma lá fora. Em poucos minutos, o prato de restos de arroz com ovo está povoado de formiguinhas aflitivas e minúsculas. Elas curtem o ovo, nem dão bola para o arroz, não sei porque. Hoje em dia, até formiga tem frescura com comida! Quando chego perto da pia e as vejo, de uma certa forma elas sentem minha presença e começam a disperçar, sem que eu nada faça, nem toque no prato. Foi tempo de lavar um copo e quando peguei o prato, crente que iria colocá-las todas para nadar, restavam apenas umas poucas ambiciosas e esfomeadas atrasildas. O resto já tinha escafedido-se! Incrível! Êita bichinhos eficientes e inteligentes.

Vi hoje de manhã que uma tinha descoberto o açucareiro dentro do armário e já fui logo acabando com a festa antes dela ter tempo de chamar a turma. Peguei meu paninho clorox, aquele chiquérrimo que é a melhor invenção do século - tipo os paninhos humidecidos de limpar bumbum de bebê - de produto de limpeza como candida cheirozinha: brisa do mar, laranja, ou baunilha (pode?) para limpar bumbum de fogão, pia e privada. Um luxo só pra quem não tem empregada. Peguei meu paninho e fui passando por todos os lados, pra nenhuma outra dona formiguinha sentir o rastro desta uma mais aventureira que escalou milhas de distância pra encontrar o pote de ouro. Fatal. O paninho clorox funciona!

Semana passada fui pegar não sei o que no armário do corredor e dei de cara com um lagartinho preto lá dentro. Olhei bem pra ele, ele pra mim. Fechei a porta rapidinho e fingi que nada tinha acontecido. Ele que se vire, arranje uma saída ou simplesmente se canse e morra de sede e fome dentro do meu closet. Eu lá só entro a semana que vem…

O fato é, meu, eu sô di Sum Paulo. É difícil me adaptar com escolas de peixes passeando ao redor do meu joelho no mar, lagartos fuçando o meu closet, pererecas entrando pelo vão da porta. Será que eles não se ligam que são nojentinhos e gosmentos e disturbam a minha paz?

Este stress de Miami ainda vai acabar comigo!

terça-feira, outubro 02, 2007

I Love Your Butt... (I Love you, But...)

Parabéns para mim nesta data querida. Agora que sou uma mulher mais velha, nos meus primeiros quatro dias de 37 anos de vida começam a aparecer sinais de amadurecimento. Que maravilha é envelhecer! E ter os amigos de infância, adolescência lado a lado me acompanhando.

Neste novo ano de vida me comprometi com alguns objectivos realísticos e bem acessíveis. Prometo NUNCA MAIS – não gosto de usar o “nunca”, mas neste caso acho muito propício – conceber a idéia de ser amada sob condições. Por quem quer que seja. A partir de hoje, aqueles que estão na minha vida e figuras novas que aparecerão, deverão, como pré-requisito inadiável, me amar incondicionalmente.

Responsabilidade minha ter aceito por tantos anos meio amor, meia atenção, condições e situações meio incomodas em prol da minha carência e ingênuo medo de não ser amada. O negócio é o seguinte: se você gosta de mim, mas se sente ameaçado, inferior, inseguro, tem pena, tem inveja, quer competir comigo, torce pra eu dar certo mas no fundo espera que não. Se tem uma idéia já formada a meu respeito que começa assim “Ela é nisso muito boa, mas…” poupe-me. E poupe-se.

“Mas…” porcaria nenhuma. Sou imperfeita sim, sou maluca sim, sou solteira sim, tenho piti sim, tenho celulite sim, sou uma mãe em aprendizado sim, sou uma escritora analfabeta sim, tive muitos relacionamentos que não deram certo sim, tive crise pre-menstrual por 35 anos sim, fiz um monte de loucuras na adolescência sim, já fui muito irresponsável sim, já fui responsável demais quando não deveria sim, estou desempregada sim, fui filhinha de papai sim, fui rica sim e fui pobre também sim, sim; me exponho demais sim, sou intensa sim, e tive a tendência de complicar e dramatizar as coisas sim, já bebi mais do que devia na vida sim, fumo sim, já fui gordinha sim, já fui muito magra sim, já fui depressiva e problemática sim, doente e infeliz sim.

Por estas e por outras mereço ser amada incondicionalmente. Toda a minha imperfeição e meus erros são o que me vejo hoje: mulher inteira e completa. Mulher madura e inteligente com a minha luz que voltou a brilhar e que infelizmente assusta muita gente. Não pensem que é fácil ser “iluminada.” Tem lá seu preço…Que eu não troco por nada.

Em vez de me odiar, invejar ou querer me matar, tente chegar um pouco mais perto, para que eu possa compartilhar desta luz com você. Nesta última semana comecei a trabalhar para mudar a vibração desta emanação e torná-la mais “discreta”. Mas não deixarei de brilhar um minuto sequer. Ou abafarei este brilho para aqueles que não querem usar óculos escuros e se incomodam. Brilharei mais e mais, daqui pra frente com mais intensidade, mais pureza, mais certeza de que tenho o poder de criar coisas belas, de enfrentar desafios, de confrontar o impossível, de venerar o silêncio, de alcançar Nirvana, de amar incondicionalmente, de curar o universo, de manipular energia, de viajar a outras dimensões, de abrir portais do lado de lá e contactar o infinito.

Para aqueles que amam minha retaguarda e insistem em contrariar as leis do universo criando condições a minha existência: “Au revoir.” Procurem outro alguém ainda em fase de aprendizado para descarregar suas inseguranças, pois eu estou fora.

Peço demissão.